quarta-feira, 5 de setembro de 2012

temo a incógnita.

vejo as cinzas jogadas pela casa e me pergunto quando foi que deixei que eu me tornasse isso. um tanto largado, resquícios do que um dia foi e agora só resta o pó. a fraqueza engloba este corpo que deixei de cuidar há uma semana, um ano, um bocado. as todolists já não me agradam e nem sei se as acredito. não encontro folego e não foram os cigarros que tiraram ele de mim. virada de cabeça para baixo, uma casa jogada com os objetos largados em todos os cantos. o todo tão misturado, perdido e tão...abandonado. logo eu, que sempre me mantive tão cheia, e repleta, o balão assoprando o tempo todo para se manter inteiro e agora. o pó.

a vida foi consumida devagar por mim mesma. as grades por mim colocadas. e enfraquecendo, quando deveria engrandecer. os pés pelas mãos, como sempre fiz. e chego no final do caminho e me apavoro. porque não é o final do caminho, nunca é. e me esqueço da passagem. o meio. a peça. o que realmente importa, enfim. e o momento não é mais momento e o instante já não é mais o it da clarisse. e a clarisse não é mais a clarisse e o caio eu já deixei pra lá. não sei se enlouqueci ou já nasci louca. gostava mais quando só dizia não me importar.

e me importava demais. já disseram e eu digo que não lembro quem lembrando. e ainda me importo, continuo me importando. sem talvez ou dúvidas. porque o desimportar é triste. e mais que triste, é abandonado. jogado as teias de aranha. e até morto. quero ser viva. quero sentir todo o caos que a minha cabeça confusa gera para obter o movimento. quero a rotação inconstante, de deixar tonta. mas quero com prudencia. com aquele maldito controle que me escapa as mãos. penso que eu me escapo de eu mesma. um outro alguém já disse que eu era escorregadia. sinto que continuo sendo e não consigo me alcançar e me manter aqui. tranquila. serena.

como nunca quis ser. e agora tanto desejo.

temo a incógnita. principalmente a minha.

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