eu gosto do que constrange. de não se importar em ser ridícula. não o ridículo mau, aqueles insuportáveis. mas o que é bobo. o que é quase infantil. de não dar bola e falar as coisas sem filtro, de dançar livre da preocupação sobre o que os olhos alheios irão pensar, de simplesmente não se importar. porque, afinal, quem - realmente - se importa? só tu. os outros não passam de realidades deturpadas de ti. os olhos deles não existem. gosto desse desapego, de se permitir ser quem é e ir um pouco além de como todos estão acostumados a agir. ontem estava tão quente naquela casa fechada que por momentos pensei que estava no inferno. não o inferno pesado, o divertido, daqueles que a gente brinca que vai quando morrer. o calor era escaldante e todos estavam encharcados com seu próprio suor - e se incomodavam com o liquido que saia de seu próprio corpo. quando, na verdade, tudo é energia - e eles ignoravam a magia de seu próprio corpo regulando a sobrevivência. sem apegos a estética, somente ao que realmente importa: manter-se vivo. é ali havia vida, a mais pura vida, embaixo dos olhos já embaçados por tudo que inventaram e disseram que era importante. eu alegre, aceitando o suor, apreciando a destruição de todo visual pré fabricado que se faz na frente do espelho. aceitava a nova condição. e assim, encharcados por nós mesmos, somos quem somos. aceito a garrafa de água que jogam na minha roupa e rio dos que fecham a cara para tanta sinceridade. somos jovens - e pulsamos.
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