domingo, 29 de janeiro de 2012

o comeco,

eu ando quieta por achar tudo deslocado demais pros meus olhos que já deixaram de ser ingênuos, mas buscam alguma sinceridade atrás dos movimentos tão absurdamente programados que dominaram as ruas com risos altos de piadas sem graças, com histórias que não tem a mínima importância, com cores que não existem e que por mim seria tudo branco no preto. tava conversando com a julya essa semana ainda e a gente comentou que as nossas meia calças coloridas de rosa pink, verde limão, laranja vivo já ficam dentro do armário e não consegue mais vestir nossas pernas. penso que quando a gente se ilumina e tem cor própria, não precisa ficar vagando pela rua feito um vagalume pra ter certeza que vai ser notado. não uso mais mini saias nem decotes, muito menos roupas desconfortáveis. e acredito que quem precisa de qualquer um desses artefatos para ser notado, tá fazendo algo errado. quem se destaca com sobriedade é que merece a atenção. a minha, pelo menos.

daí eu saio nessas noites e as pessoas estão tão perdidas e tão pra fora de si mesmo que nem sabem mais quem são, nem o que estão fazendo. digo há anos: o caminho é in, não out. e a gente não escontra respostas nenhuma balada, noite, transa, baseado, carrera de cocaína, doses de tequila. ninguém encontra respostas se esquecendo da noite anterior. ninguém está presente quando se esquece da noite anterior. e estar vivo e não estar presente é uma das coisas mais tristes que existe.

ainda vivo e me sinto bem, obrigada por não perguntar.